A SENSAÇÃO DO ELETROBREGA

terça-feira, 11 de outubro de 2011


Tido com uma das maiores revelações musicais de 2011 no Brasil, Banda Uó é um projeto genuíno, de bom gosto e a cara do nosso país. Trata-se de três goianienses cheios de charme e estilo que popularizaram a música brega característica do Pará. Além da influência paraense de teclados irreverentes, a banda fez versões de grandes hits da música pop internacional como irei apresentar adiante.

As três peças em questão atendem por: Mateus Carrilho, David Sabagg e Mel Gonçalves. Começaram despretensiosamente até que o single Shake de Amor contagiou a todos com seu videoclipe super bem produzido, que aliás está concorrendo ao VMB. Após o sucesso da música(que já vinha como sucessora de Não Quero Saber, primeira composição do grupo) veio a produção do EP Me Emoldurei de Presente Pra Te Ter com 5 faixas fervorosas e com todo o ar tropical do eletrobrega, gênero antes pouco difundido nacionalmente.

O EP traz cinco faixas, sendo que quatro delas são versões de outras músicas de sucesso. A primeira delas se chama Não Quero Saber, uma versão de Teenage Dream da Katy Perry. Nela há uma introdução ao trabalho da banda, com um locutor que diz: "A sensação do eletrobrega" e frases como "É o eletrobrega a sensação!" cantada calorosamente por Mel Gonçalves, a musa completamente Uó que dá luz ao grupo.

O papel de Mel é sempre o da mocinha da história. As vezes essa mocinha vem no papel de uma prostituta, uma mulher difícil de conquistar ou até mesmo como uma cachorra que trai o marido. Mas é no papel de uma traída e vingativa que ela se deu melhor. Isso acontece na já comentada Shake de Amor, que melhor explica o trabalho da Banda Uó. Somos obrigados a torcer pela protagonista que insiste no grito: "Vou me vingar de você". A letra é concisa e trata de problemas de relacionamento, facilmente encontrados em bailes bregas, onde as pessoas fogem de seus casos conturbados afim de novos casos ou só se divertir. E é nessa diversão que a Banda Uó capricha e faz história.
Confira o vídeo e vote na Banda Uó para o VMB: http://vmb.mtv.uol.com.br/vote/webclipe



O Gosto Amargo Do Perfume é a terceira faixa e é nela que se concentra toda a magia, todos os sintetizadores que nos transportam diretamente para a pista de dança mais próxima. Se não há pista, improvise. Só não fique parado diante deste som. Falando um pouco mais da música, ela é uma versão energética da já espirituosa Something Good Can Work da banda Two Door Cinema Club. Vale a pena conferir tanto a original quanto esta versão, que já até ganhou clipe com a belíssima atuação de Mel Gonçalves como a moça safada da história.

Foi Você Quem Trouxe é uma versão gostosa daquela velha canção I Wanna Know What Love Is que já teve como intérprete Mariah Carrey. Porém esta música vem na forma de um cover da versão da dupla sertaneja Edson & Hudson em cima da original. Começa tensa, assim como deve ser interpretada, porém esta tensão não dura muito tempo nos arranjos da Banda Uó, que não demora em transformar a atmosfera desta faixa numa vibe completamente divertida.

A última música se chama Louca Paixão, versão da gigante S&M da cantora Rihanna. Versos como: "Já não sou sua mulher" "Não faço o que você quer" "Paga a prestação do fogão, você volta pra mim", cravam a ideia da mulher que comanda a relação, que faz os homens ajoelharem no milho, que não se deixa levar por uma sedução barata. E é esta mesma mulher que termina cantando "Na na na cama que é bom" finalizando a ideia de que ela só quer se divertir e que é ela quem decide quem é digno de estar ao seu lado. A tal louca paixão está somente no coração de um ex-marido que não consegue esquecer esta mulher. Situações como essa são contornadas por batidas fortes e contam com uma ótima produção musical. Como produtor o grupo conta com a presença fundamental de Rodrigo Gorky, que já tanto brilhou no Bonde do Rolê.

Esta semana fui pegue de surpresa com o videoclipe da faixa bônus Rosa. Ela encerra a coleção de versões da Banda Uó e desta vez é Last Nite do The Strokes que participa da brincadeira. Obviamente a música ficou o máximo e eu não poderia estar mais orgulhoso deles. O Brasil é um país de ritmos quentes. O grande problema está no preconceito que surge em torno destes ritmos. É preciso romper estas barreiras desnecessários e unir nossa música. E são estes artistas inovadores como Banda Uó, Bonde do Rolê, João Brasil, Marcelo Jeneci etc, que é possível enxergar um futuro musical brilhante para a nossa nação. Tão brilhante quanto os bigodes de Mateus Carrilho e David Sabagg.

Latest tracks by Banda UÓ

Um post enorme.

Em épocas de ENEM é bem normal pensar de novo sobre o que se quer ser quando crescer. Esse ano eu deslizei entre mais duzentas e cinquenta alternativas. Cheguei a uma conclusão, mas ainda é meio confuso. Todavia, esse não é o caso em questão.
É que outro dia, a caminho do dentista, eu estava olhando out doors com propagandas de escolas particulares caríssimas da nossa querida Fortaleza. A propaganda trazia o sorriso ainda composto por dentes de leite de uma criança dizendo qualquer coisa sobre futuro garantido.
Eu estudei o ensino fundamental em uma escola pública que era perto da minha casa no agradável município de Maracanaú. Meus pais tinha toda uma ideologia sobre escolas públicas e não tinham grana o suficiente para uma boa escola particular da capital... Resumindo, anos de glória no Carlos Jereissati. O que eu quero enfatizar com isso, é que as crianças do CJ também tinham seu sonhos. Eu sempre tive em mim a certeza de que as coisas dariam certo, de que eu chegaria a faculdade e tudo mais. Os meus pais tinham certa estrutura para me oferecer isso, mas não era o caso de todos. Aliás, o caso de quase nenhum. Certa vez, em uma gincana em 2005 eu acho, a missão era achar algum aluno que estivesse na faculdade. Eu particulamente conhecia duas, ambas em faculdades privadas. A minha vizinha que também estudou lá, entrou na uece no ano seguinte. A escola era relativamente nova, e só ia até o Nono Ano (na época, Oitava série), e achar alguém na faculdade era digno de missão de gincana. E se não me falha  a memória, das nove equipes (com cerca de 50 alunos cada), alguma ficou sem completar essa prova.
Quando eu estava no último ano, houve palestras sobre profissões e coisas assim. Dentistas, engenheiros, pedagogos, e profissionais de diversas áreas foram falar sobre suas profissões. Eu queria ser jornalista e tinha plena consciência que chegaria lá. Mas nem todo mundo falava em faculdade, terminar o segundo grau já era muito. Duas meninas queria ser médicas, mas nem elas mesmas acreditavam nisso. É muito diferente. 
Numa sala de aula de um colégio particular, a menina fala que quer ser médica e ela sabe que vai ser. Afinal tem que seguir a carreira da família. 
Quando eu passei pro ifce (até então cefet) a minha escola colocou uma faixa em minha homenagem, para provar que alguém dali poderia dar certo. Nada paga a alegria nos olhos do meu diretor quando eu voltei lá para contar o resultado da prova. E lá no ifce eu encontrei pessoas que também diziam que queria fazer alguma coisa da vida  e eu sabia que iriam conseguir. Nem todas queria fazer medicina, mas letras, geografia, engenharia de petróleo, engenharia da computação, biblioteconomia, estudar no ita, no ime, não sei mais onde. Mas continua diferente. 
Existe um ifce no Maracanaú que democratizou o ensino técnico e o superior. E muitas pessoas estão dando certo (algumas pessoas da minha escola já tem empregos muito bem pagos e eu nem abri conta no banco ainda), são perspectivas que não existiam tempos atrás. E eu fico muito feliz por elas, mas algumas ainda estão em empregos mal remunerados que nem exigem algum tipo de qualificação. Tirando a porcentagem, ainda que diminuta, dos que penderam para a criminalidade. Sim. Uma vez eu presenciei um assalto e conhecia de vista o assaltante.


O meu ponto, é que me dói o estomago viver nesse mundo de tanta desigualdade. Mesmo que hoje haja uma possibilidade de movimentação entre classes sociais, crianças com mesma capacidade já nascem em posições distantes nessa corrida. Não que todos tenham que ter dinheiro para ir de jatinho até Nova Iorque, mas é uma imensa crueldade ver sonhos que nem tem o direito de florescer sendo esmagados assim.


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Esse foi um post emergencial, porque o pobre blog recém criado não merecer ficar as moscas do abandono.
O João vai tomar vergonha e fazer um post muito bacana para vocês.
Eu queria falar desse assunto com mais tato, e escrevê-lo melhor. Mas é um post de emergência e eu estou ocupada (já devia estar na cama) de mais parar rescrever coisas :)
Vou colocar imagenzinhas para ficar bonito, beijos.







PS: Eu tinha escrito isso durante a madrugada, mas pela pura ironia do destino a internet caiu bem na hora que eu cliquei em enviar. Mas vai agora.

Just pick one

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Eu nunca achei que fosse tão difícil escrever um post. Então indiferente do que surgir, esse vai ser postado.
Eu já escrevi e rescrevi coisas aqui umas 20 vezes. Sem exagero. Tem sido tão difícil fazer escolhas (just pick one). Mas aqui estamos.
E vamos apresentar fatos aleatórios, porque eu não posso perder outro dia sem escolher e não fazendo nada.

#1  Eu descobri Kings of Convinience esses dias e estou completamente encantada:


#2 Mas a música da semana não é deles:


She makes love just like a woman, yes, she does
And she aches just like a woman
But she breaks just like a little girl.

Eu não costumo postar vídeos, porque demanda muita paciência para assisti-los e tal.
(O segundo é só áudio.)
Escutem-os.

Porque se eu tive algo a dizer essa semana, é isso.

Até a próxima
 
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