"I don't know about my dreams
I don't know about my dreamin anymore.
All that i know is
I'm fallin fallin fallin fallin
Might as well fall in"

sexta-feira, 16 de setembro de 2011


2011 ainda não se concretizou musicalmente mas com certeza já tem o seu charme. Muita coisa boa surgiu esse ano assim como também muita coisa se reinventou. Ainda estamos longe daquele 2009 mágico, queremos mais, porém olhando para a coleção de discos lançados este ano, um brilho suave refresca nossa audição (se me permitem figurar).

Bem no início do ano, um certo rapaz britânico escancarou tudo de melhor que um artista pode nos trazer. Todos os sentimentos condensados em um misto de recortes e vocais e mais recortes e mais um show de vocal. Se existe algo perfeito neste mundo, este algo certamente ouve James Blake.

O que esse menino introduziu de expectativas neste ano e a contribuição que ele fez para a história da música eletrônica e o dubstep, talvez seja algo que nem ele conheça as exatas dimensões. Tudo bem que eu sou muito suspeito a falar algo, visto a pagação de pau que faço pros artistas que sites como a pitchfork destaca ou mesmo para projetos que tenham como centro o dubstep. Mas passar 2011 e não ouvir James Blake é até falta de respeito, portanto dedique 38 minutos de sua vida e a torne mais preciosa contemplando o explendor divino que esse cara nos fez o favor de mostrar.

O album em questão leva o nome do músico, mas para quem quiser se aprofundar nas outras obras podem procurar os Eps e faixas soltas, que não irão se arrepender. Das faixas dispostas neste album destaco as grandiosas Wilhelms Scream e To Care(Like You) que mostram muito bem as capacidades do artista quanto a técnica, singularidade na voz, uso dos recortes, as experimentações e todos os principais elementos da obra.



I Never Learn To Share também é ótima para perceber a sucessão de sons que contornam a voz de James e ainda apresenta uma letra concisa e coerente com o som proposto ("My brother and my sister don't speak to me,
But i don't blame them"). Limit to Your Love é aquela música central do disco, aquele single pelo qual se começa a dar toda a atenção. Neste caso é impossível se prender somente a esta faixa, mas temos como certo o quanto ela representa dos conceitos deste trabalho tão minimalista e sombrio.

É possível se sentir num quarto escuro absorvendo a atmosfera que se forma quando as cores do ambiente são provenientes apenas de nossos sentimentos mais obscuros. E a cada uso do auto-tune, cada detalhe que é incrementado na medida que a música cresce, cada sample nos damos conta de que James Blake merece toda a atenção e todos os créditos. Foi lançado em fevereiro e desde as primeiras audições já dava pra perceber que seria um dos melhores albuns do ano.

Recentemente, em parceria com Bon Iver (um outro músico que muito fez em 2011) lançou a faixa Fall Creek Boys Choir e é mais uma prova de tudo que foi afirmado acima, porém agora são dois gigantes trabalhando juntos para o conforto dos nossos ouvidos. Bon Iver será assunto para um próximo post, mas quem quiser ir se adiantando procure seu disco mais recente e descubra por si só o porquê de ser um dos favoritos a album do ano. E até lá vá destilando o som de James Blake e compartilhe conosco o que você sentiu. Comentários são bem vindos.



Faço este post não como uma resenha musical e sim como uma prova de amor. Uma homenagem àqueles que criam, àqueles que acrescentam algo novo seja em que arte for. E é justamente essa singela vontade de contribuir que move este blog adiante.

 
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