(RE)VIVER DE ACHAR BOM

terça-feira, 20 de setembro de 2011


Resumo: Propaganda Alienada de Série de TV
COM UM MONTE DE SPOILS


Sabe quando você quer achar algo Morbidamente Feliz só para se animar - porque pelo menos sua vida não é assustadora a esse ponto - um pouco com a aparente neutralidade do cotidiano cinzento e encurtado pelas horas a mais de sono acrescentadas propositadamente, a fim de que o dia termine logo?

Pois é, nem eu; mas o seguro morreu de velho e era melhor procurar algo do tipo antes que a sensação iminente do que foi dito viesse à tona com uma versão exponencialmente mais perigosa. O que é um bom conselho, aliás.

Foi aí que achei
Um pouco atrasado: A série acabou em 2009 : (

Okay, no começo, pensei que a proposta fosse uma comédia crítica e meio carregada de humor negro, tenho de admitir. E talvez fosse mesmo, já que isso grita na nossa cara logo na primeira cena, quando um garotinho surge contente correndo através de um campo infinito de margaridas com seu cachorro, na cidade natal Coeur d'Coeurs. Para logo em seguida o cão ser atropelado na avenida mais próxima, provocando aquele risinho malvado no telespectador. "Credo" mesmo.

É quando o aparente atrativo da história acontece: O menino simplesmente toca no cadáver do cachorro, que logo em seguida retorna à vida como se nada tivesse acontecido. Não me pergunte como o jovenzinho já não havia notado essa nada sutil capacidade, mas o fato de não ter sido explicado posteriormente reforçou o caráter crítico da série. Quem gosta de muitas explicações, não é mesmo?

"Morte", por O Cão

O que ocorre logo em seguida faz com que o Jovem Ned (Field Cate) descubra quais as implicações de seu poder mágico: Reviver algo por mais de um minuto custa a vida de outro ser, aleatória e aparentemente tão relevante quanto; portanto, deve-se tocar no(a) ressuscitado(a) antes que o tempo limite seja ultrapassado. Infelizmente, isso custou secretamente - mas não a ele - a vida do pai de sua paquerinha, a pequena Charlotte Charles (Sammi Hanratty). Órfã, ela é obrigada a se mudar da vizinhança e ir morar com as tias.

E, ah!: outro toque de Ned no indivíduo ressuscitado e poof!, ele remorre sem volta.
"Morte", por O Pai

Coisas acontecem, e com o passar dos anos o garotinho se torna dono da própria loja de tortas caseiras, o Pie Hole, um dos empreendimentos mais bonitinhos da vida inteira. Descoberto por um detetive sedento por dinheiros e seduzido pelo tempo livre que lhe poderia ser proporcionado através da habilidade de Ned (agora Lee Pace), logo ele se reencontra com a pequena Charlotte (ou Chuck (agora Anna Friel)), não mais tão pequena, mas devidamente bonita. Principalmente para um cadáver. Isso mesmo, morta mortíssima, obrigado.

Como Deus é pai, ou como Bryan Fuller, criador da série, sabe dosar as coisas, impedindo a catástrofe amorosa que seria o relacionamento óbvio entre o cozinheiro e a ressuscitada, obviamente eles não poderiam se tocar. Regras são regras - principalmente essas, ufah. Seria cômico se não fosse lindo, fato nato.

Originando belíssimas e educativas

cenas como essa

Entupida com esse charme único e desnecessariamente excedente de todas as expectativas para uma boa série de TV, Pushing Daisies, além de contar com mistérios forenses calcificando a estrutura no decorrer dos episódios, brilha com minuciosos, preciosos, deliciosos, fogosos e antiociosos personagens importantíssimos para o enredo; tais como a injustiçada e linda Olive Snook (Kristin Chenoweth), vítima de uma paixão platônica arrebatadora pelo cozinheiro há tanto tempo quanto é preciso para nos fazer odiá-lo profundamente, se formos sensatos. No mínimo. Discorda? Bem, sorte a sua, pessoa amada.

"Generous Palmstroke" por Olive Snook

Assim como as nada aparentes, mas sim corajosas, Vivian and Lily (Swoozie Kurts e Ellen Greene, respectivamente) Charles, tias de Chuck e componentes da famosa, engenhosa e talentosa Darling Mermaid Darlings, verdadeiras sereias da piscina; embora não exerçam o ofício há milênios, também pela depressão da perda da sobrinha. E claro, o astucioso, quase asqueroso de tão pretensioso mas não tão indesejável Emerson Cod (Chi McBride), sempre anunciando novos casos prontos para serem desvendados com a ajuda do casal impossibilitado, bem como se fosse num passe de mágica. Ou algo semelhante, mas não tão fácil assim.

"Nunca Somos Assim" por Lily & Vivian Charles

e Emerson Cod u.u

Cancelada na segunda temporada, ao que se diz por motivos de baixa audiência, talvez por excesso de raciocínios inteligentes granulados com metáforas divertidas e qualitativas demais para a época - e talvez para esta -, Fuller se aventurou em empreitadas tão dignas de aplausos quanto essa, como Dead Like Me (que algum dia ainda passará pelas minhas linhas AHAHA) e Heroes. Tudo bem, talvez o plural não seja tão digno assim quanto eu pensava, mas Dead Like Me é sim outro espetáculo televisivo tão bonito e inteligente quanto.
Porém, houveram boatos de que Pushing Daisies não estava na pior, sendo relevada a possível ideia de um filme para o seriado, tão comentada em 2009. Ainda há repercussões sobre a publicação de quadrinhos por meio da DC Comics; absolutamente verídicos. Segue abaixo o link para download de um dos volumes, aliás o único que consegui encontrar; então, se alguém souber de mais algum outro, por favor não deixe de entrar em contato. : )

Eu sei, eu sei, está um pouquinho mais assustador

Ah!, algo curiosíssimo: O criador se inspirou bastante em O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, na hora de desenvolver a série, desde a constituição das narrativa executadas por Jim Dale até os aspectos coloridos e divertidos nada casuais, quase depressivos de tão sufocantes e lindinhos. Um brinco. E um tanto vintage, não?

É só tudo isso, não deixem de conferir! Ou deixem, sei lá ☻

1 comentários:

Jé. disse...

Achei o blog de vocês um luxo menino! tu gosta é de escrever? haha, saudades mil Marcos! :D
P.S: logo logo volto a te cutucar! =)

Jéssica

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